Supra sumo do Kiss para o bem e para o mal, Alive! completa 47 anos e ainda diverte e encanta

O Kiss já vinha de três discos de estúdio bem recebidos., mas a voz corrente era de que nenhum deles, por melhor que fossem, capturavam o que era uma apresentação da banda ao vivo.
Para resolver este problema, a banda resolveu lançar em 1975 um registro ao vivo que soasse cru, com toda a vibração da audiência e com muito fogo.
Bem... não foi bem isso que Alive! trouxe.

Lançado há quarenta e sete anos, o disco contém sim o fogo das apresentações da banda, muita energia, um repertório impecável, mas... Tanto o produtor Eddie Kramer quando o empresário Bill Aucoin acharam que seria muito interessante refazer alguns trechos das músicas em estúdio e dar uma upada no volume e intensidade da plateia em estúdio. Bem como adicionar explosões e outras coisas...
Com shows captados em shows em Detroit, Cleveland, Wildwood, Nova Jersey, Davenport, Iowa, o disco duplo chegou ao público com dezesseis faixas.
“Depois de gravar esses shows para o álbum, nós consertamos, polimos e manipulamos para tornar aquilo o mais próximo do que se ouvia no show”, disse Stanley sem vergonha alguma.
Já o ex-baterista Peter Criss chegou a dizer que a única coisa ao vivo no disco era a sua bateria, e o produtor...
O produtor Eddie Kramer diz que os overdubs foram pontuais e visavam apenas a correção de erros da banda, como a linha debaixo de “C’mon and Love me”, que foi totalmente refeita no estúdio.
Um dos grandes sucessos do disco é a versão de “Rock and Roll All Nite”, que aqui ganha um solo de guitarra inexistente na versão original lançada no álbum Dressed To Kill  lançado poucos meses antes.
Segundo a banda, a canção foi escrita após uma sugestão do executivo da Casa Blanca Records, Neil Boggart, que achava que o Kiss necessitava de uma canção assinatura, uma canção que soasse como um grito de guerra assim como “I Want To Take You Higher” ou “Dance to the Music” era para a Family Stone.


Mas diferente do que se pensou durante um  bom tempo, o refrão de "Rock and Roll All Nite" que fala sobre festas "todos os dias" é literalmente isso mesmo, já que tanto Gene quanto Paul, autores da canção e principais nomes da banda, são abstêmios e não bebem ou usam drogas.
De qualquer forma, com overdubs e tudo, o disco é uma das peças de rock mais divertidas de todos os tempos e acabou gerando uma sequencia de discos ao vivo com o mesmo nome, embora não tão bons, e fazendo parte da mitologia sobre o Kiss, que muitas vezes foi maior que os discos lançados.
Será que a banda, zelosa como sempre de sua imagem e de seus produtos, um dia lançarão uma versão naked do disco, só pra gente ouvir de verdade, como era a experiência do fã naqueles tempos?

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