Bootlegs que (ainda?) valem a pena - segundo a Loudwire (e a gente, claro)

Antes da chegada das caixas comemorativas recheadas de outtakes, demos, versões ao vivo, músicas descartadas e afins, eram os bootlegs que compilavam e traziam este material até o fã.
Nem sempre fácil de ser encontrado e muitas vezes com o preço nada camarada, alguns títulos se tornaram verdadeiras moscas brancas lendárias entre os colecionadores completistas.
Ah, e é favor não confundir bootleg com disco pirata.
Uma coisa é um disco não oficial com material inédito e a outra é pura e simplesmente uma cópia não oficial.
A Loudwire fez um levantamento, até modesto na nossa opinião, de alguns dos mais importantes bootlegs já lançados.
Claro, nem todos são aquela maravilha em termos de qualidade de som, mas eram o que havia de melhor.
A gente deu uma peneirada na matéria original, separou o joio do trigo e estamos aqui pra publicar o joio.
Brincadeiras à parte, ignoramos solenemente o bootleg do Dream Theather, que se a vida já é curta demais para ouvir os discos deles, quanto mais as sobras ou as coisas não utilizadas. E se for ao vivo então, o sono bate pesado.
E também deixamos de fora o do Mayhem por questões de que é uma merda mesmo.
Em compensação, adicionamos por conta própria alguns que a gente lembrou.
O link para a matéria original está aqui => Bootlegs.
Bora?

Um dos mais famosos bootlegs é, e não poderia deixar de ser, dos Beatles.
The Get Back Journals que de tão grande foi dividido em duas partes com quatro discos cada e lançados em 1993 e 1995 respectivamente.
Os discos documentam de forma muito completa e precisa a criação e gravação do que viria a ser o disco Let It Be de 1970, como todos sabem, último disco de inéditas do fab four a ser lançado, mas não a ser gravado.
Alí se ouviu pela primeira vez os quatro trabalhando em canções de forma descontraída (nem sempre) e por vezes até obsessiva.
Também se ouviu as canções de forma mais crua gravadas por Glyn Johns antes que Phil Spector empastelasse as canções com seus efeitos de wall of sound, coros, orquestras e afins.
Muito valioso para colecionadores aficionados do grupo de Liverpool, o cara que gosta, mas nem tanto, tem acesso a quase tudo dele tanto na caixa de luxo do Let It Be quando no documentário Get Back, de Peter Jackson.


O Led Zeppelin tem uma discografia em bootleg das maiores.
O material de estúdio está registrado nas caixas especiais dos discos originais e no Coda de 1982... Também consta que a banda já havia limpado seus arquivos quando, sem material novo ou mesmo saco para compor, lançou Physical Grafitti em 1975.
Então, o ouro não oficial da banda está nos registros de shows em suas muitas turnês.
Um dos mais cobiçados – e caros – é a extravagancia chamada The Final Option.
Trata-se de um monstruoso arquivo com nada menos que setenta (!) discos de vinil cobrindo ao menos trinta shows dentro do período de dez anos da carreira da banda.
Supostamente, há nele uma versão ao vivo para cada música que Page, Plant, Paul-Jones e Bonhan registraram em estúdio.
Estima-se que, caso encontre a venda uma  das cento e cinquenta cópias produzidas, ela custe algo em torno de $4.500 a $5.500 dólares.

Na mesma vibe, a gente adiciona aqui outra caixa, um pouco mais modesta e acessível, de uma banda tão importante quanto.
Opera Omnia, bootleg do Queen que também traz em quatro cds registros ao vivo das canções que a banda tocou em suas turnês.
Diferentemente do Zep, não são todas as canções que o Queen compôs que apareceram nos shows, mas as que apareceram, nem que fosse ao menos uma vez, estão lá.
Vale lembrar que o Queen parou de excursionar em 1986 após o lançamento de A Kind Of Magic, por conta dos problemas de saúde de Freddie Mercury.
De estúdio, existem dois bootlegs do Queen que compilavam faixas lado B, algumas poucas sobras de estúdio e outttakes de algumas canções chamado The Unobtainable Royal Chronicles, volumes 1 e 2 (aqui), mas os relançamentos oficiais da banda após a morte de Freddie acabaram por tornar os dois discos obsoletos.
Sem contar a mania horrorosa dos remanescentes da banda de pegar outtakes, trechos de canções, gravações demos e fazer estardalhaço dizendo que encontraram uma “música perdida” com a voz de Mercury e lançar com pompas de coisa inédita mesmo os fãs já conhecendo de velho e até mesmo tendo em suas coleções de discos não oficiais.

O Black Sabbath, a despeito de sua importância, tem poucos registros oficiais ao vivo.
Em particular, da primeira fase Ozzy.
O primeiro disco oficial ao vivo da banda só foi sair após o segundo álbum lançado com Ronnie James Dio nos vocais, o controverso Live Evil.
Oficial com Ozzy  só apareceria mesmo em 1988 com Reunion.
Da fase áurea temos Past Liver 1970-1975 que a bem da verdade, tem um som bem ruinzinho.
Daí a importância de bootlegs como Live in Asbury Park 1975 lançado em 1993.
Gravado no Convention Hall em 5 de agosto de 1975 em plena turnê do Sabotage, o show que está na integra cobre de alguma forma, todos os discos lançados pelo Sabbath até aquele momento.
Além claro, de podermos ouvir Ozzy dizendo alguns absurdos como: “Vocês tão chapados? Eu também sou...”
Este ainda se encontra relevante aos fãs, ao menos até a bagunça que é a curadoria da banda resolver lançar uma caixa comemorativa do disco de 1975 e enfiar nela registros desta turnê com maior qualidade de som.

Talvez o mais celebrado bootleg da história, And Justice For Jason se trata da versão do disco And Justice For All (1988) do Metallica com o baixo de Jason Newsted que ficou ausente da mixagem final.
A história todos conhecem: Lars quis fazer graça, Hetfield embarcou na piada e apagaram o trabalho do baixista na fita master do disco. Uma total boçalidade.
Aqui tem-se a lenda de que as pistas com baixo foram recuperadas, mas também já li que pode ter sido trabalho de um fã que tocou baixo por cima da gravação em um estúdio.
Seja como for, o resultado final ficou bem bom e nos dá uma ideia do quão melhor seria o já ótimo disco do Metallica se os dois crianções não tivessem feito o que fizeram.

A lista original ainda traz discos do Nirvana, Jimi Hendrix, The Who e Rolling Stones.
Destes últimos, a menção é ao bootleg que, diz a lenda, forçou a banda a colocar na praça o maravilhoso Get Yer Ya Ya´s Out de 1969.
Live'r Than You'll Ever Be, embora tenha um som beeeem ruim, é um grande documento de época da banda de Mick Jagger.
Porém... A banda que não brinca em serviço, já disponibilizou esse e mais um bocado de bootlegs de forma oficial na série From The Vault que inclui Brussell´s Affair (1973), L.A. Forum (1975), Hampton Coliseum (1981) e Live At The Tokio Dome (1990) com qualidade de som muito boa, trabalhos gráficos profissionais e até imagens em dvd´s.
Vale mais a pena gastar sua grana nesses.

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