Onde estão os one hit wonders da década de 1990? A listinha da UCR dá uma esclarecida.

A exemplo do que fez a Pitchfork, outra publicação importante gringa resolveu falar dos one hit wonders da década de 1990. (Aqui ó)
A Ultimate Classic Rock, UCR pros íntimos, fez a sua lista de gente de um sucesso só da última década do século XX e publicou em sua página na internet.
O diferencial, além de alguns nomes, ficou por conta da pequena investigação sobre o que andam fazendo desde que obtiveram o espaço ao sol naqueles anos.
Mais focados no rock and roll, mais especificamente no grunge que dominou a década e menos no pop, a publicação coincide com a da coirmã (brega isso) apenas em dois nomes: Blind Melon e New Radicals.
De resto, aparecem algumas coisas que foram hit apenas lá fora como Candlebox, Marcy Playground, Jars of Clay, Seven Mary Three, The Proclaimers e outros ainda menos conhecidos.
Pescamos alguns dos nomes que também fizeram algum sucesso por aqui e – além de traduzir (Groo com boa vontade), ainda demos uns pitacos sobre os caras.
O link para a matéria original tá aqui => UCR 90’s OneHit Wonders.
Bora?

O Blind Melon foi os que teve sua vida pós sucesso rastreada mais facilmente.
A banda do sucesso da abelhinha (“No Rain”) ainda lançou um segundo disco, Soup, que não conseguiu repetir o sucesso do disco de estreia e após a morte de seu vocalista Shannon Hoon por overdose, a banda ainda tentou continuar, mas a procura por uma nova voz se arrastou por anos até que em 1999, o guitarrista Christopher Thorn, o baterista Glen Graham e o baixista Brad Smith jogaram a toalha.
Em 2020 foi lançado um documentário sobre a banda que continha muitas imagens inéditas de Hoon chamado All Can I Say (clique aqui para detalhes) que fez relativo sucesso, mas nada que impulsionasse uma volta dos caras ou algo assim.

Blind Melon

Já o New Radicals, que sempre foi centrado na pessoa de Gregg Alexander, se tornou compositor profissional e produtor de, entre outros, Rod Stewart, Kaiser Chiefs e o Hanson.
E como dissemos na matéria da Pitchfork, voltou a fazer shows sob o nome New Radicals, aparentemente com as mesmas roupas.
Só uns números maiores.

New Radicals (Gregg Alexander)

Butthole Surfers chegou a fazer um certo barulho por aqui frequentando bastante as páginas da revista Bizz/Showbizz.
A banda ia além do nome descolado e tinha ótimos sons, mas ficou conhecida por “Pepper”, single de 1996.
Seu último álbum de inéditas é de 2001 e de relevante após isso apenas um livro, Butthole Surfers: What Does Regret Mean? De 2019 foi lançado.
Gibby Haynes, um dos fundadores da banda faz sucesso como artista plástico e participou ocasionalmente em trabalhos de gente como Mastodon, U2, Ministry, John Paul Jones e Melvins.

Butthole Surfers

Os canadenses do Crash Test Dummies tiveram seu maior sucesso por aqui com a baladona “MMM MMM MMM” que chegou até a ser tema de novela (não nos pergunte qual).
Também foi citada – como exemplo de música ruim veja só – na série How I Met Your Mother, mas nem tanto à terra e nem tanto ao mar.
A banda, com aquele vocal característico era legal. E só.
Os caras se mantiveram na ativa até 2010, quando lançaram seu último disco até aqui (Oh La La) e seus integrantes resolveram que era hora de arrumar um emprego...
Brad Roberts ensinou guitarra por um tempo antes de se tornar um professor de ioga certificado. Seu irmão, Dan, que tocava baixo na banda, trabalha para a DEL Communications, uma editora em Winnipeg.
O multi-instrumentista Mitch Dorge é um palestrante motivacional e fala para alunos do ensino médio sobre drogas.
Em 2018 se juntaram para comemorar o 25º aniversário de God Shuffled His Feet e vez por outra saem em turnê.
Crash Test Dummies

A gente até ia dizer que não concorda com a inclusão do The Verve nessa lista, mas analisando bem os discos da banda... Por melhores que sejam, e são muito bons, nenhum obteve o sucesso de Urban Hymms (1997) ou de seu single mais famoso “Bittersweet Simphony”. Seja pela beleza da canção ou pela pendenga com Jagger e Richards...
A banda se separou em 1999, mas voltou a se reunir e, 2007 para lançar mais um álbum em 2008 chamado Forth.
No ano seguinte a banda acabou oficialmente e Richard Aschroft teve um bom reconhecimento de seu talento com seus álbuns solo.
O guitarrista Nick McCabe se tornou professor universitário e gosta de tratar do assunto música inserida em tecnologia. De vez em quando solta um EP.
O baixista Simon Jones fez algumas colaborações, entre elas com a banda Gorillaz de Damon Albarn e o baterista Peter Salisbury vem tocando com o The Charlatans desde 2010.
The Verve

Outro que pra muita gente não se encaixa no perfil de one hit wonder, mas está na lista é o Silverchair.
A banda de Daniel Jones entra na matéria por conta da canção “Tomorrow”, mas é injusto. Eles têm pelo menos mais dois hits gigantes: “Ana’s Song (Open Fire”) e “Abuse me”.
Depois de parar em 2003 e retornar em 2006, Daniel Johns, o baixista Chris Joannou e o baterista Ben Gillies lançaram mais um disco em 2007 (Young Modern) e se separaram novamente em 2011, aparentemente em caráter definitivo.
Johns, além de uma boa carreira solo, também foi diretor musical de Beat Bugs, série animada da Netflix.
Joannou tornou-se coproprietário da empresa de cerveja Lovells Lager, uma cervejaria artesanal em Sydney. Ele também é dono de um bar em Newcastle (cerca de 160 quilômetros ao norte de Sydney)
chamado Edwards.
Já o baterista Gillies segue tocando bateria para outros artistas australianos.
Aliás, lá, a banda ainda é ultra cultuada.
Silverchair

Para encerrar os Mighty Mighty Bosstones.
E sim, é uma banda de um hit só mesmo que misturava a energia do ska com a consciência social do punk.
A banda era um combo gigante e seus principais nomes eram Dicky Barret, o cantor que seguiu uma carreira solo em paralelo com o emprego de locutor no programa Jimmy Kimmel Live.
Nate Albert, o guitarrista fundador se tornou um executivo musical de sucesso trabalhando com Florence + The Machine e The Weekend.
Mighty Mighty Bosstones
Ah, e duvido que alguém fique parado quando “The Impression That I Get” toca ainda hoje. A energia é gigantesca e o refrão contagiante.

Comentários