Hungrs é um duo formado por Lucca e Marcos Hunger, pai e
filho ainda mais unidos pela música e – principalmente – pelo metal.
O primeiro é um geniozinho de 16 anos responsável por todos os instrumentos da
banda em estúdio e o segundo um cantor seguro do alto de seus 44 anos que não
tem problemas de ir do melódico ao gutural.
Influenciados por nomes como Gojira, Deftones, Tremonti e
até Slipknot (graças à Lemmy só na parte musical) a dupla soube liquidificar o
que ouvia para criar um som seu, repleto de peso, mas também melodia.
Mas de quem são as referências?
Marcos explica: “-Basicamente são as bandas que eu ouço e que já colocava pra
tocar desde que os meus filhos eram pequenos, então acabaram pegando o gosto.”
É o metal reforçando os elos de ligação entre as gerações.
Dessa ligação nasceu o trabalho com a Hungrs que lançaram
três singles: “Far From Home”, “The Seeker” e “Someboy Says” que abriram
caminho para a chegada de Simbiose (2025 independente), seu primeiro disco
cheio.
São 12 faixas, incluindo aí os singles, com mixagem e masterização de Jonathas Peschiera, da produtora Noiseforge que garantiu uma unidade super agradável à obra.
Embora todas as composições estejam creditadas ao duo, Marcos deixa claro que se sente muito feliz em poder dar voz às músicas criadas por Lucca: “-É um presente (...) respirar música de novo após quase vinte anos!” – diz.
Embora aposte no metal pesado, os caras não deixam de lado a visão pop de que é preciso trazer o ouvinte pra junto e fazer com que ele, além de sentir o feeling da música, também se encoraje a cantar junto.
Pra isso, a aposta foi em ótimos refrões como nos singles “The Seeker” ou “Somebody Says”.
Mas quando o bicho pega, a bateria rolo compressor de Lucca, segundo seu pai, seu instrumento principal, conduz a pancadaria e não me espantaria se tirasse o fôlego de quem resolvesse acompanhar batendo cabeça. Dê uma ouvida em “Live Again” pra conferir.
Mas não é só aí que o guri brilha. Tem também uma gama gigante de riffs pesados e contagiantes que convivem de boa com passagens mais técnicas e “complicadas” como nas velozes “Entwined” e “Born and Raised”.
Nessa segunda, aliás, dá pra ficar preocupado com a garganta de Marcos já que ele imprime um drive insano e volta ao natural muito rapidamente.
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foto: Paulo "Kon" Cunha |
O momento de respiro vem com “Mono No Aware” que dá até pra classificar como uma “balada” que tem um arranjo orquestral feito por Vithor Moraes (Armiferum). Não é a única que possui esse detalhe, a faixa que fecha o trampo e dá nome ao disco também mostra a pegada e é um dos grandes destaques sendo um death progressivo instrumental de arrepiar.
A capa, assim como todas as dos singles, foi assinada pelo artista turco Abidin Katipoğlu (joguei no tradutor pra ouvir a pronuncia, confesso).
Em resumo: discão pesado, bem tocado, bem gravado e que merece ser ouvido em aparelhos bem equalizados pra não perder detalhe algum.
Vai sem medo.
Que som do c@****ho. Sucesso aos dois. Parabéns 👏🏻👏🏻
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