Terminal Guadalupe reafirma identidade em álbum livre de amarras de estilo

 Em 2022 o Terminal Guadalupe (@terminalguadalupe) lançou o disco Agora E Sempre (resenha aqui), um documento do  período sombrio em que vivíamos. Um disco denso e, de certa forma, pesado, que acertava o ouvinte como um soco no estômago.
Não que tudo tenha melhorado, mas situações pontuais e essenciais ajudaram a desanuviar um pouco o horizonte, nos devolvendo a capacidade de ter esperanças novamente.

É nesse contexto que surge Serenata Do Amor Próprio (2025, independente), novo trabalho da banda de Dary Esteves Jr. e Allan Yokohama.


Não que seja um trabalho, por falta de um termo mais adequado, deslumbrado. O Terminal também discute aqui temas densos como questões raciais ("Black Jesus"), toxicidade de pessoas e ambientes virtuais ("Vá Ser Feliz"), mas propõe a celebração da (re)construção da identidade própria, da auto estima, das relações pessoais, principalmente na bonita "Além Da Glória" em que Esteves retrata a retomada de sua amizade com Allan.
Ainda há espaço para delicadezas como "Sara", canção escrita para a filha de Allan.

De som tão diversificado quanto os temas, a banda soa livre para ir do power pop ao folk com naturalidade e letras escritas em português, espanhol e inglês, como já havia sido feito no disco de 2022, o que reforça sutilmente a proposta de falar sobre identidade.


Gravado e mixado por Matheus Bittencourt, o disco conta além de Allan e Dary com convidados como Ana Cascardo, Rodrigo Panzone e Leandro Lopes da Gaita e a produção é de Bruno Sguissardi.
Já disponível nas plataformas.

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