Criticas: Oscar 2022 - Melhor filme (parte 1) #6

Vamos falar dos filmes indicados à Oscar, finalmente? Então vamos!
Lembrando que o evento ocorre amanhã, dia 27. O canal por assinatura, TNT, transmitirá a premiação a partir das 20hs, horário de Brasília. Tem gente que acha chato, mas fica a sugestão para quem não se importa em acompanhar.

Na postagem de Melhores Filmes Estrangeiros, já falamos sobre um dos 10 indicados à Melhor Filme
Trata-se do Drive My Car, um filme japonês, dirigido por Ryûsuke Hamaguchi que concorre também à Melhor diretor
Em seu lugar, teria indicado Guilhermo Del Toro por O Beco do Pesadelo, mas enfim... Como não dá para modificar e estão gostando da diversidade étnica nas premiações, asiáticos parecem ter peso nos recentes Oscars. 

O filme é longo, e por isso se tornou muito difícil de assistir. Tem lá o seu valor, por ser adaptado de vários contos de Haruki Murakami em especial o que dá o título do longa, e ele não é um ator fácil. 

Mas minha nota é baixa pois realmente não achei o enredo atrativo e com movimentos muito subjetivos, embora, contém boas interpretações. 

Nota 5/10  ☼  Onde assistir? Cinemas (e a partir de abril estará no MUBI) ☼  Trailer

Seguramente poderia dizer que não se trata de um péssimo filme, no entanto, eu já havia assistido a versão francesa (La Famille Bélier – 2014) que é o original e da qual se baseia o enredo. 

Do que se trata No Ritmo do Coração? Uma jovem adolescente desenvolve seu talento como cantora no coral da escola, quase que por acaso. Até aí normal, certo?
O ponto chave é esse: ela é a única da família que ouve, tendo pais e irmão surdos. Seu pequeno drama se torna grande quando se depara com o impasse entre o talento e a responsabilidade, pois somente ela pode ajudar a família nos negócios que sustenta a casa, sendo a principal intérprete deles. 

O dilema nos dois filmes é exatamente o mesmo com mudanças bem sutis (na versão francesa, por exemplo, a garota está mais preocupada em deixar a família para fazer faculdade e os inclui na busca de ser cantora profissional).

 As interpretações são bacanas e temos a inclusão de atores surdos. Inclusive, Troy Kotsur concorre à Melhor ator coadjuvante e é favorito no Oscar.
O ponto fraco é repetir toda a receita do filme francês, que é recente - e que não foi considerado na premiação do Oscar, antes. Me parece mais um sinal da falta de criatividade de Hollywood e não tem sentido em ser premiado (ou até mesmo, indicado...). Mas se você não viu o francês, pode gostar da adaptação americana. 

Nota 6/10  ☼ Onde assistir? Amazon Prime Video  ☼ Trailer

Filme que "bombou" nas redes sociais e na Netflix, por motivos altamente bizarros, fez sucesso nem porque tem grande elenco, mas porque satiriza o ser humano em todas as suas facetas mais vis e podres. 
E como parece que só tem imprestável em todo canto do planeta, o pessoal identificou os tipos, no ato.

Maaaaaaaaaaaas, na verdade houve muita confusão na interpretação do filme. Cada um pinçou um pedaço como interpretação geral para dar risada do outro, mas fingiu que também não foi retratado em algum momento de todo o longa dirigido por Adam McKay.

Essa é a grande sagacidade de Não Olhe Para Cima: não tem gente boa, não tem gente "razoável" nesse mundo. São todas figuras extremamente contraditórias e, na melhor das hipóteses, frívolas. O que salta aos olhos é que somos assim mesmo. Alguns de nós só sabe disfarçar melhor do que os outros. 

Se ganhar o Oscar, vai ser surpreendente, uma vez que não concorre nas outras categorias principais como a de atores, ou de direção.
Mesmo não sendo um filme propriamente ruim, não seria a minha aposta para vencer, mas tudo é possível diante das novas intenções da Academia, sobretudo quando se critica o sistema político americano.

A nota baixa é pelo roteiro: o enredo é o mesmo do Galinho Chicken Little (2005). Sem brincadeira! 

Nota 6/10  ☼ Onde assistir? Netflix  ☼ Trailer

Essa é a história do grande plano que o pai das tenistas Serena e Venus Williams, Richard, tinha para elas: de torna-las estrelas do esporte.
 
O plano, que parece ter sido traçado desde o nascimento das meninas para serem bem sucedidas, era um tanto desproporcionado, mas no filme, tudo é levado com aquela persistência que Hollywood ama contar. 

O longa, então, é recheado de todos os clichês de enredos do tipo que conta sobre carreiras no começo. E esse é o grande problema quando você assiste muitos filmes no estilo. Nada faz com que tenha satisfação em assistir a história contada, porque falta ineditismo no gênero. 

Além disso, Will Smith não está no seu melhor papel, parece estar no que se diz "piloto automático" e, salvo quem gosta de tênis e das irmãs Williams, duvido muito que se divertirá assistindo King Richard: Criando Campeãs
Ainda assim, o filme é sobre negros vencendo na vida, que o ano anterior ofereceu para que a Academia pudesse indicar e não tivesse que lidar com a crítica sobre "a não representatividade" na edição. Inclusive, Will Smith deve levar a estatueta do Oscar para casa, pela performance de Richard, mesmo já tendo feito filmes melhores, como dissemos no post sobre a categoria de Melhores Atores, publicada ontem.   

*Opinião impopular*: não vou dar spoiler, mas concordo totalmente com a vizinha da família.
Por isso, e outras coisas que me desagradaram, a nota é bem baixa.

Nota 4/10  ☼ Onde assistir? HBO+  ☼ Trailer

Dirigido por Paul Thomas Anderson é mais um filme... dele! Quem conhece o diretor sabe que seus filmes tem uma narrativa que pretende ser intrincada, mas nem sempre é, e que geralmente se suporta assistir até o fim pelas atuações. Foi assim, pelo menos para mim, em Sangue Negro (2008) e Trama Fantasma (2017).

Dito isso, não acho que mereceu a indicação como diretor. Eu teria indicado Ridley Scott por O Último Duelo (2021). O roteiro de Ben Affleck e Matt Damon (que também atuam no filme) é deveras mais interessante que esse Licorice Pizza, e também Scott faz um excelente trabalho na direção.

Assim como em Trama Fantasma, temos uma personagem feminina forte e manipuladora. Um primor para os tempos feministas de Hollywwod. No entanto, a crítica é basicamente a mesma: o retrato das mulheres fortes no cinema atualmente está versando entre mulheres com características masculinas ou mulheres completamente loucas e indecisas.

É o caso da Ana Kane, uma garota mais velha (mas não se sabe o quanto) que atrai a paixão do mais novo Gary Valentine (Cooper Hoffman, filho de Phillip Seymor Hoffman). Ela corre dele, e ele corre atrás dela, o filme todo. O visual setentista é o pano de fundo, em San Fernando Valley, Califórnia e há boas atuações. Pelo menos, nesse sentido, é bonito. E é só isso!

Boa sorte se forem assistir. Espero que gostem, pois por mim, foram duas horas e pouco de pura história comum e, portanto, irrelevante.

Nota 5/10  ☼ Onde assistir? Cinemas  ☼ Trailer

Está aí um filme redondinho que apesar de simples, é bom. 

Baseado em um recorte temporal de sua própria infância, quando crescia na Irlanda do Norte na década de 1960, especificamente em Belfast, na capital no país, Kenneth Branagh escreveu e dirigiu o longa que aborda de forma bem sentimental a transformação que a cidade passou, com as lutas entre católicos e protestantes. 

Inclusive, ele é ótimo diretor e concorre, com méritos, à categoria de direção. Sua veia despretensiosa é a maio qualidade desse trabalho pessoal. 

O enredo de Belfast conta a infância de Buddy (Jude Hill), de nove anos, que tem a experiência da violência ao seu redor, em meio a brincadeiras, o gosto por filmes e televisão, o convício familiar e ainda busca ser correspondido pelo primeiro amor. 

É um belo e tocante filme, sobretudo para quem se sensibiliza com a simplicidade nas histórias bem contadas, sem forçar a barra. 
Pena que os tempos atuais não ligam mais para narrativas simples, mas comoventes. Não sem uma boa dose de militância ou temática panfletária. Deve passar batido na premiação, mas não deveria, afinal, no Critics Choice Awards levou o prêmio de melhor elenco. 

Nota 10/10  ☼ Onde assistir? Nos cinemas  ☼ Trailer

E aí, qual vocês assistiram e qual agradou muito? Conta para nós!!!

Mais tarde, voltaremos com os 4 últimos indicados. Aguardeeeeeeem....

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