E tome peso, hardcore e consciência social em três bandas independentes


A banda tem nome em inglês.
As canções todas tem letras em inglês.
Até o som da banda remete a ícones gringos como Black Sabbath no que tange ao peso, mas também pode-se ouvir ecos de Alice in Chains, Tool, bandas conhecidas por ter mensagens sombrias, até certo ponto, pessimistas.
Mas o diferencial dos All is Allowed, banda paulista formada em 2019 por Guto Aielo na bateria, Juhanni Perondi no baixo, Felipe Benassi na guitarra e Frank Santos nos vocais, é a mensagem contida em seu trabalho.

foto: Jowhead

A começar pelo nome da banda que é o resumo do livre arbítrio e segue nas letras que pregam o discurso de que somos regidos pela lei do karma, da volta. Colhemos o que plantamos e que somos, de fato, fruto de nossas escolhas.
Nessa vibe, a banda entrou em 2021 no estúdio Casa 39 na cidade de Campinas e registrou o material do ep Into The Storm.
São três faixas com mensagens positivas de esperança e resiliência para passar pelas tempestades da vida. Daí o título.
As músicas funcionam bem separadas, tanto que a faixa “Cold As Hell” ganhou um belo vídeo clipe, mas é na união das três canções que a mensagem ganha força e unidade.
A produção das faixas ficou à cargo de Miguel Rambo, enquanto o clipe tem direção de Juliano Val Tristão para a Mahatta Filmes.
Este ano, o trabalho lançado se chama Just Keep Walking e mantém a pegada sonora, mas sem repetições.


São quatro faixas novas compostas coletivamente e lançada pelo selo Electric Funeral Records.
Está tudo lá: os riffs pesados, o vocal limpo que tende ao dramático. As interpretações passam bem a ideia das letras.
Um detalhe, o disco é liricamente um tanto mais sombrio que o anterior.
A letra da faixa de abertura – “The Present Moment” – por exemplo tem versos como: “There’s no future, there’s no past” que somado ao peso quase monolítico do instrumental, impressiona muito.
Mas o destaque do trabalho fica por conta do encerramento com “A Ghost of Myself”, que é pesada, mas tem um certo balanço diferenciado que pode apontar novos caminhos para o futuro da banda.
Vale uma conferida com mais atenção.

Já com o Bayside Kings a conversa é no idioma hardcore.
E o tema da conversa com os santistas é O Tempo no ep de mesmo nome.
Na ativa desde 2012, a banda formada por Milton Aguiar (Vocal), Emanuel Filgueira (Baixo), Matheus Santacruz (Guitarra) e David Gonzalez (Bateria) decidiu em 2018 que era hora de escrever letras em português.


A ideia era poder conversar com um público além daqueles que já conheciam o seu trabalho.
Outra novidade era a criação de um conceito que norteasse o futuro trabalho.
Nascia ai a ideia do disco #Livreparatodos que começou a ser formado com o lançamento do ep anterior, Existência, tem sequencia neste novo e deve se completar com mais dois lançamentos.
Para este ep a banda compôs quatro faixas que abordam a questão do tempo na vida, de seu uso, de sua passagem sem freios e, claro, de seu fim.


A faixa “O Que Você Procura Aqui” dá uma resumida geral no assunto ao perguntar ao ouvinte se ele tem propósito em estar vivo ou só está existindo.
A faixa “A Consequência da Verdade” ganhou um clipe em animação produzido pela Baia Films e o ep chega as plataformas via Olga Music.

Mais hardcore.
A banda carioca Punhal um dos destaques da coletânea Noise Against Fascism  (que aqui gente resenhou em 7 de julho) com a faixa “Abriram-se os Porões”,  resolveu relançar seu primeiro trabalho, o ep Relatos Sobre o Absurdo, de 2019.



O disco tem quatro faixas, duas das quais também fazem parte do primeiro álbum da banda, Entropia, lançado em 2021.
O relançamento, segundo o vocalista Sandro é pertinente, já que são as primeiras músicas trabalhadas pela banda e que mostram toda a indignação com as coisas que acontecem no país desde a ascensão do pensamento neofacista que tem seu ponto mais baixo na eleição do atual governo.


Formada por Sandro (voz), Thiago (guitarra), Amaury (baixo), Beto (bateria), os discos do Punhal estão disponíveis pelo selo Electric Funeral Records.

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